A governanta virtual e a janela que se fecha às primeiras gotas de chuva já estão aí
Um bom termômetro de como a onda
da tecnologia residencial está presente nos prédios em construção aparece no
levantamento informal feito pela Associação Brasileira de Automação Residencial
(Aureside). Há cinco anos, só 5% dos lançamentos contavam com recursos assim.
Hoje, a automação está em metade dos novos empreendimentos. “A construção civil
é muito refratária a mudanças”, diz José Roberto Muratori, presidente da
Aureside. “Mas as empresas viram que o investimento é viável e dá retorno.”
A incorporadora Even, por
exemplo, fez o primeiro teste em dezembro de 2009. A aceitação ficou bem acima
do que era esperado. Dos dez lançamentos realizados pela empresa no ano
passado, nove têm automação. Em dois anos, o número de empresas associadas à
Aureside pulou de 18 para 40 – e passou a incluir nomes de peso como Telefonica
e Fast Shop. Foi com essas adesões que a automação começou a engrenar. Até por
ter ficado mais em conta. Antes restrita a apartamentos com valores acima de R$
1 milhão, ela se popularizou. Com R$ 500 mil, já dá para comprar um imóvel
inteligente.
Na maioria dos casos, o apartamento
é entregue com a infraestrutura básica para a instalação dos equipamentos na
fase final da obra, quando a construtora oferece pacotes mais completos.
Recauchutar imóveis mais velhos
também ficou mais fácil com o surgimento de empresas especializadas. Nesse
segmento, os preços caíram pela metade nos últimos dois anos, graças a um
mercado concorrido, à fabricação local e ao real valorizado. Um pacote básico
de controle de luz e som sai por R$ 2 mil. Quem busca automação normalmente é
homem, tem entre 25 e 40 anos e é familiarizado com tecnologia.
Foi também de olho nos jovens que
o empresário Alberto Conradi, de 50 anos, decidiu investir em um apartamento de
última geração em Pinheiros. Seu futuro imóvel inova ao oferecer uma governanta
virtual – e ela tem até nome: Denise. Entre outras habilidades, a moça, ou
melhor, a “assistente digital”, entende comandos de voz, faz ligações, lê
e-mails, avisa sobre compromissos, faz pesquisas e compras na internet. Também
aprende as preferências do usuário, como a pizzaria favorita.
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Fonte: Época SP
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