sexta-feira, 30 de março de 2012

Projeções para o futuro

Executivos e empresários podem ainda não ser capazes de transmitir uma imagem tridimensional deles mesmos para o outro lado do mundo para reuniões ou conferências, mas pesquisadores estão um passo mais próximos de imagens 3D em tempo real. Trata-se de um avanço tecnológico que pode tornar as videoconferências muito mais reais.

O pesquisador Nasser Peyghambarian, da Universidade do Arizona (EUA), anunciou recentemente o desenvolvimento de uma nova tecnologia holográfica capaz de projetar para outro local uma imagem que pode ser vista em quase 360º e que é atualizada a cada dois segundos.

A aplicação mais provável dessa nova tecnologia - pelo menos por enquanto - deve ser em filmes, dada a popularidade de produções de cinema 3D, como Avatar. Os cientistas, no entanto, têm planos mais ousados. "Nós prevemos diversas aplicações, incluindo algumas na fabricação de automóveis e aeronaves, em que os fabricantes poderão olhar o holograma e fazer mudanças em tempo real", disse Peyghambarian.

Conhecida como tele-presença tridimensional, a tecnologia soluciona alguns defeitos dos hologramas que temos hoje, que dão a ilusão de 3D mas têm um ângulo de visão muito limitado, segundo o pesquisador que liderou o desenvolvimento, cujo estudo foi publicado na revista Nature.

A tele-presença tridimensional difere da tecnologia 3D em vários aspectos. Em 3D, uma perspectiva é projetada para um olho e a outra é projetada para o outro olho, criando a necessidade do uso de óculos especiais. Em holografia, não há necessidade de óculos, e o número de perspectivas só é limitada pelo número de câmeras usadas.

Em uma videoconferência, por exemplo, isso significa que pessoas sentadas de um lado da mesa verão de frente alguém que esteja sendo projetado em um holograma sobre a mesa, enquanto quem está sentado em outro lado verá o lado ou a parte de trás do rosto da pessoa projetada. Quase exatamente como se essa pessoa estivesse de fato ali, sobre a mesa.

Essa tecnologia foi criada com base em um trabalho anterior do mesmo grupo de cientistas, que em 2008 anunciou a criação de uma imagem 3D em branco e preto que poderia ser atualizada a cada quatro minutos. O novo sistema tem, portanto, uma velocidade mais de 100 vezes superior.

"Esse avanço abre novas oportunidades no campo da óptica, como um meio de transportar imagens em tempo real", afirmou o diretor do Centro de Pesquisa em Engenharia do National Science Foundation, Lynn Preston.


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