quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Um ambiente com som em 3D






A imagem muitas vezes é considerada mais importante do que o som para a indústria e para o público em geral. A justificativa para isso está nos aspectos fisiológicos, psicológicos e até mesmo sociológicos relacionados ao sentido da visão, responsável por 80% das informações recebidas do ambiente externo, enquanto a audição compreende somente 10%. Contudo, áudio e vídeo sempre caminharam juntos desde os tempos do cinema mudo, onde as notas de um piano serviam para acentuar a dramaturgia de um filme e emocionar os espectadores. 

Em 2009, com o início da comercialização dos TVs 3D no cenário mundial, a indústria começou a se perguntar sobre o que fazer para chamar a atenção dos consumidores também para o áudio. Com a crescente demanda por telas, jogos e dispositivos móveis, algumas empresas de tecnologia já trabalham em soluções destinadas a entregar ao usuário uma experiência de som imersiva através de produtos com apenas dois alto-falantes. 

Ao pegar carona nessa tendência, fabricantes tradicionais que produziam sistemas estéreo e de 5.1 canais com efeitos de áudio DSP, dentre eles o modo 3D, passaram a enfatizar e explorar esse tipo de recurso. 

IN-A-BOX 
 
No caso dos HTBs, as novidades consistem em um algoritmo de processamento mais eficiente para reprodução de áudio tridimensional e caixas dos tipos tall boy ou satélites com falantes extras posicionados tanto no topo (voltadas para o teto) quanto na parte posterior do gabinete. O objetivo é um só: criar um som que envolva os ouvintes em 360º preenchendo um ambiente (desde que pequeno) de forma mais abrangente. Esse é o motivo que leva alguns fabricantes a declarar que seus sistemas integrados apresentam som de 7.1 e 9.1 canais quando fisicamente não oferecem mais de 5.1 canais, com simulação adicional. 


Testes feitos com os principais modelos mostraram que, devido às inúmeras reflexões sofridas pelas ondas sonoras, na prática o som em 3D perde um pouco de definição e a sensação precisa de divisão 
dos canais obtida com os processamentos Dolby e DTS. A situação pode ser agravada nas reproduções musicais, onde a localização dos instrumentos nem sempre é realista e sim artificialmente recriada, o que compromete a busca pelo palco sonoro. Por outro lado, com o som em 3D ativado somente para os efeitos surround, o envolvimento omnidirecional resulta num áudio mais disperso e imersivo aos ouvintes. 

RECEIVER 
 
Mas para uma experiência de som em 3D no home theater, sem abrir mão de definição sonora na reprodução das trilhas e conteúdos musicais, a nova geração de receivers vem equipada com uma tecnologia capaz de gerar uma nova dimensão ao som surround. O Dolby Pro Logic IIz foi lançado três anos atrás, porém, só agora começa a ser implementado por instaladores e usuários nos home theaters com novos receivers.


Receivers atuais contam com o processador DPL IIz, que cria um áudio de maior espacialidade e tridimensionalidade, por meio de caixas acústicas instaladas logo acima das frontais esquerda e direita (frontais height), formando um sistema 7.1 ou 9.1 para filmes, músicas e games. Calma, não é necessário o uso de caixas idênticas às tradicionais em operação no sistema, mas sim compactas e da mesma marca e linha dos modelos existentes.

A vantagem do DPL IIz é que para a reprodução desses canais frontais verticais não é necessário novos tipos de conteúdo especialmente codificados. Em vez disso, o processador trabalha em cima de sinais estéreo ou 5.1 para acrescentar profundidade e dimensão, sem afetar a integridade da mixagem original feita pelo produtor do conteúdo – de filmes ou músicas. Outro benefício do DPL IIz está na adaptação de uma configuração 7.1 em salas com limitações de espaços ou áreas abertas onde nem sempre é possível a acomodação de caixas surround back.

Assim como a Dolby, outras empresas também desenvolveram processamentos com o objetivo de preencher acusticamente o ambiente e tornar e criar um som cm maior espacialidade. É o caso da californiana Audyssey com o DSX, presente em alguns modelos da Denon e da Onkyo, que expande o som estéreo ou 5.1 para os canais frontais verticais (7.1), além dos surround back (9.1). A novidade, no entanto, é a presença de mais um par de caixas frontais, chamadas de horizontais (Fronts Wide).
A Audyssey chegou à conclusão de que as primeiras reflexões nas paredes laterais desempenham um grande papel na impressão subjetiva dos ouvintes. Por isso, a necessidade de instalar caixas acústicas a um ângulo de 60º em relação à parte frontal da sala.

Configuração semelhante é encontrada na novíssima tecnologia DTS Neo:X (anunciada oficialmente em junho), também com capacidade para até 11.1 canais, presente apenas na linha 2012/13 da Onkyo, mas que promete fazer parte até de sistemas de som automotivos. O diferencial do DTS Neo:X é inclusão de caixas laterais (side), praticamente ao lado do sofá.

Por que usar mais caixas para o som em 3D?
 

Segundo pesquisas feitas pelas empresas envolvidas, a inclusão de uma dimensão vertical em um home theater com sistema 7.1 traz uma sensação maior de realismo do que a inclusão de caixas surround no plano horizontal. As pessoas são muito mais sensíveis a faixas direcionais dos sons que ocorrem na frente do que atrás delas.

Ainda segundo pesquisadores, a audição humana pode ouvir muitos mais sentidos do que os sistemas atuais oferecem. Será com o uso de caixas adicionais voltadas para os ouvintes que haverá melhor percepção da trilha para a localização dos efeitos e, ao mesmo tempo, do som refletido para ter a sensação do tamanho do estúdio ou do espaço (espacialidade).

Mas a percepção não é o único fator. As condições acústicas da sala é que vão determinar a correta direção, a resposta de frequência e o tempo de chegada do som refletido e, finalmente, o resultado do processamento das trilhas. Daí a importância de se realizar uma calibragem de áudio no sistema, seja de forma automática (com os microfones especiais que acompanham os receivers) ou feita por especialistas no assunto com instrumentos de medição.

Como é a conexão das caixas?
 

Os receivers 7.1 canais mais modernos a partir de linha intermediária com processamento Dolby Pro Logic IIz já trazem saídas de caixas específicas para os canais Front Height (vertical) e Front Wide (horizontal. E ainda dão ao usuário a possibilidade de destinar a potência dos canais surround back para ser usada em um desses pares de canais. Assim, além da conexão das caixas, é preciso entrar na parte SPEAKER SETUP do receiver e selecionar a opção DPL IIz.

A Denon e a Onkyo são as únicas que têm no mercado brasileiro modelos de 9.2. Essa última acaba de lançar nos EUA (e em breve no Brasil) os modelos TX-NR5010 e NR3010 aptos a reproduzir em 11.2 canais, desde que conectado um amplificador estéreo opcional numa das saídas pré-amplificadas no painel traseiro.

Embora os sistemas de 5.1 e 7.1 canais dominem as instalações em todo o mundo, o lançamento de receivers de nove canais pode ser o início de uma demanda por esse tipo de produto. Com isso, facilitará o uso de mais caixas no sistema e a total imersão sonora para enfim obter o almejado som tridimensional.

FUTURO
 

No futuro, dizem os especialistas, será possível encontrar projetos de até 22 canais com caixas posicionadas sobre nossas cabeças. Hoje, a pergunta que fazemos é: quantas caixas você seria capaz de instalar em sua sala com a finalidade de se sentir literalmente envolvido pela trilha dos filmes? 

Via Revista Home Teather

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